Onda vira carne
(Do sexo provem a vida)
A gordura do seu nervo é espuma
(Você faz sexo sem emoção, sexo de mentira, e seu nervo não queima a gordura que se aloja em teu corpo,
por causa da falta de sentimento verdadeiro. A gordura vai embora como espuma quando fizer sexo de verdade)
O mar é uma fatia fina
(seu gozo, seu prazer - o mar - é quase nada)
Luz que anula o azul de presunto
(sensação que vale pela verossimilhança do sentimento intenso gerado pela própria morte)
O mar provém do porco o mesmo ronco
(seu prazer provém de algo morto, da mesma forma que a morte vem a ele enquanto vivo)
Em outro tom e voltagem
Será que porco é um polvo rosa
(será que o porco (algo morto) é você (polvo rosa)?
Ou um porco roxo é que é polvo?
(Ou será que você (porco roxo) é que é o polvo (o meu ser idealizado de ti?)
Sou ou não sou
Eu não sei mais lembrar quem eu sou
Sou o que sou
E ninguém vai dizer quem eu sou
Pedra é veia areia no seu corpo corre sal feito sangue
(a pedra se desfaz, conduzindo a areia, assim como as veias conduzem o sangue; no seu corpo, falta-lhe sangue,
sobra-lhe as lágrimas de sal)
Sal é mineral e o Pão de Açucar é uma pedra doce
(coisa boa mesmo é o amor, pedra doce, que você não conhece. Só conhece lágrimas de sal)
Descobre o paladar se frio é quente a vontade mistura
(descoberta pessoal - prefiro-a mais triste ou mais alegre? não sei ao certo)
A realidade é como o ar, é invisível
Impossível de tocar e olhar e provar
A gente apenas sente
Sou ou não sou
Eu não sei mais lembrar quem eu sou
Sou o que sou
E ninguém vai dizer quem eu sou
Mar feito de carne, um presunto azul
(Seu útero, sua vulva, seu sexo - o mar de carne, fria como um presunto. Mas não é roxo, é azul....não deve estar
morta assim!)
E guelras no porco?
(como pode um polvo respirar através de brânquias?)
Pedra é areia e não tem sangue
(agora já são pedra, nada mais humano)
Quem já viu um porco falante?
(agora o porco não tem nada de parecido com o polvo rosa)
Pedra só é pedra, pedra é pedra, pedra antes
(pedra é areia, nada mais humano....)
Será pedra, será pedra
Era pedra era pedra pra sempre
(o porco: em sua corrente sanguínea corre areia)
Diferente de quem é você de ser você cê quer o que?
(Algo além do que você é?)
Se é só você? Sim é!
(simplesmente o que se é)
Sou ou não sou
Eu não sei mais lembrar quem eu sou
Sou o que sou
E ninguém vai dizer quem eu sou
(observações de Thaís Fernanda)
Ainda bem, né meu amor, que fomos felizes na cama, principalmente, como amantes insensatos, apaixonados e imortais no amor carnal!
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