sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Movimento Antimancomial

O Brasil desenvolveu uma cultura que se perpetuou até recentemente: quando um familiar ou vizinho não estava muito acostumado com os hábitos de determinada pessoa, pedia-se "resgate" para ela, sob a alegação de insanidade ou abuso de drogas. Uma ambulância a retirava de casa, e na época da ditadura militar essa pessoa era considerada subversiva. Procedimentos como eletrochoque e medicações altamente danosas eram e continuam sendo administradas.

O movimento antimanicomial é contra procedimentos deste grau de discriminação e opressão. Diante da iniciativa do atual prefeito Doria de dar a alternativa ao frequentador da cracolândia sobre a possibilidade da internação, ou a tutelagem com redução de danos, o movimento antimanicomial passou à defender o fato que se até mesmo residentes da cracolândia tem o direito de escolher sobre sua internação -- desconsiderando portanto a internação involuntária -- logicamente que uma pessoa inserida na sociedade e exercendo seu direito de ir e vir tem esse direito quanto o mais!

Clínicas como a API de Indianópolis não possuem psiquiatras, a medicação é de alta dosagem e exatamente igual para todas as pessoas, houve indícios de pessoas mortas lá dentro, e não há nenhum critério sobre quem deve ou não ser paciente.

A triagem das clínicas de internação deve ser mais cuidadosa no que diz respeito a aceitar um paciente, e isso deve ser fiscalizado pela prefeitura. Se a pessoa já estiver em tratamento psiquiátrico, não deve ser aceita sua internação sem a indicação de seu médico atual, que está no caso e sabe da situação.

Essa mensagem é em nome da Patrícia, minha amiga que foi retirada da casa do namorado onde morava em uma manhã de domingo, porque eles tinham brigado e a família dele queria livrar-se dela. Ela foi colocada em uma clínica na zona sul onde cortaram todo o seu cabelo e ela ganhou 25 kilos. A menina inteligente desenvolveu agora demência crônica. Isso não se faz com ninguém, não é tratamento sério.

As psiquiatrias deveriam ser mais coerentes inclusive em países de primeiro mundo, como Estados Unidos e Alemanha. O paciente psiquiátrico é o mais discriminado socialmente.

Saber de certas coisas não faz de mim uma ativista de uma ou outra causa, ainda que eu simpatize ou me manifeste. Isso só faz de mim uma blogger. O respaldo jornalístico seria cabível para minha situação e o reconhecimento, o respeito é aceito.

Digam não às internações involuntárias. Aceitem ao seu semelhante. Recusem o grupismo. Abram a mente para as novidades.

Luv,

Thais


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