domingo, 7 de junho de 2020

O sangue que corre em nossas veias

Antes de saber sobre minhas ´identidades fixas` (e populares), às quais eu nunca vi face à face, eu era TOTALMENTE contra a utilização de falsidades ideológicas para o mundo da fama.

Eu ficava me questionando sobre colegas como a Ar*** Fr**** que eu gostava tanto. Ela falou para todos que estava nos EUA como intercambista, quando na verdade se tornava uma popstar. E quando caiu minha ficha que eu jamais a veria, não poderia ter nem menos a esperança de sua presença porque ela havia feito uma transição sem volta para a minha realidade, fiquei muito magoada.

Ela também tomou posicionamentos radicais em relação à sua nova vida, e tentava me alcançar, para que eu também fizesse a transição com meus GIPs, para que fôssemos amigas de novo. Me provocava, e eu achava que ela havia se deslumbrado com o sucesso, quando na verdade, ela estava me chamando para o lado de lá.

Recentemente, lembrei de alguns episódios de meus momentos com GIP pop. E me lembrei da conversa na alfândega do EUA no Brasil, questionando por que eu não queria ficar nos EUA trabalhando com aquele passaporte norte-americano e pop? Me dissuadiram de muitas formas, argumentaram, mas tudo que eu pensava era no meu pai, minha mãe e minha irmã. Eu pensava que mesmo podendo mandar dinheiro a eles, mesmo tendo um ´pai` representativo nos EUA sob aquela falsidade ideológica, que me demonstraria tanto amor o quanto, mesmo podendo visitar meus familiares com certa frequência, eu só conseguia pensar nas lembranças que se perderiam, e na linha sequencial da minha vida que seria afetada ao me tornar um ´produto` acima de uma pessoa. Mesmo sabendo hoje, que não dei valor devido à minha família, usando álcool e fazendo coisas erradas durante 5 anos da minha adolescência. Ainda assim, foi a opção pela recuperação que me trouxe meu amado e finado marido João de volta para mim, em um grupo de recuperação na igreja.

Na última sexta-feira, o exame de Covid-19 do meu pai veio com resultado negativo, após 20 dias de sintomas. E sinceramente, eu só posso dizer, que não me arrependo nem um pouco das respostas negativas que dei ao sistema fonográfico e de mídia em geral para me afastar de minha família sob GIP, mesmo tendo que assumir muitas obrigações neste ramo algumas vezes. Eu nunca me vi face à face com essas identidades, apesar de lembrar de muitas coisas. Meu maior louro é poder ainda ser eu mesma. Por diversos motivos, mas principalmente porquê, essa pessoa que eu sou me faz lembrar outras pessoas, que sendo elas mesmas me deram e ainda me dão tanta alegria, como minha mãe, meu pai, minhas irmãs, meu marido, a Lycca :-), o Thor e o resto desta grande Constelação que forma minha família!

(Meu marido faleceu recentemente, e algumas pessoas ficam insistindo em fazer vínculo comigo e com aqueles que estão interessados na minha vida. O que posso entender disso são dois fatores:

- algumas pessoas somente sabem viver fazendo grupos para organizações criminosas, normalmente porque são usuários de drogas e seus pensamentos são SEMPRE direcionados para esses propósitos

- outras pessoas, que inclusive se permitem manipular por esses grupos, tem uma humanidade adormecida dentro de seu coração, e precisam de uma referência para lhes transmitir aprovação e aceitação. À longo prazo se tornam perniciosas, apesar de fracas)

Afinal, o sangue que corre em nossas veias é ou não é afetado pelas mudanças de aparência genética habilitadas pelo uso do GIP?

Sob a utilização de GIP, nosso maior medo é não retornar mais, não ver as pessoas que amamos, porque acreditamos que somente somos amados quando somos nós mesmos, sem outras ideologias. O mais engraçado é  que sob a falsa ideologia nos fazem ter sexo com outras pessoas o tempo todo, sendo que somente conseguimos sentir o amor verdadeiro quando estamos sendo nós mesmos.

Vamos nos apoiar, vamos colaborar. Não vamos ser egoístas. Não sejamos invejosos.
Respeitemos o processo individual de cada um!

Amo a vida, respeito a de vocês também.

Thaís Fernanda Ortiz de Moraes

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