sábado, 15 de agosto de 2020

O amor vindo do inimigo

 Inimigos.

Será?

No início de tudo, não era tão escuro.

As pessoas queriam meu bem.

Mas uma bebê tão especial

é uma responsabilidade a mais

para toda a sociedade.

Antes de eu virar mulher, eu era só uma criança.

E já era difícil, faziam muito drama.

Acreditavam que para uma história ser especial

precisava de lágrimas de sal

e machucaram muitos pequenos como eu:

Conselho Tutelar.

O bebê  de proveta

o primeiro do mundo.

Tanto faz.

Antes disso, o gene manipulado

pertencia à bisavó.

E algumas lobas espreitavam a história

preocupadas e invejosas.

Retratemos uma delas:

seu verdadeiro nome, ninguém sabe.

Ela ouvia a bisavó ensinar no templo

de onde morreu sem deixar dinheiro

e sabiam que a bisavó iria voltar.

Não foi a filha nem a neta

veio como a bisneta

através da fecundação in-vitro.

A inimiga do meu eu, criança,

fez a festa sobre sua cabeça:

um de meus ocasos, uma faceta inativa,

mais de dez anos no ostracismo

(e 10 anos antes de meu retorno)

a inimiga casou-se com seu marido.

Ao retornar para a terra,

como o bebê artificial, vindo do ventre de mulher

e fecundado com o material do pai que lhe criou

(colhido pela Loja do Bolão - ele achava que seria o escolhido para usar a chuteira mágica)

no novo bebê, os conectores de duas outras mulheres:

a esposa em ostracismo

e uma senhora comediante.

A inimiga tinha maus preceitos

isso a incriminava

mas na verdade,

sempre me amara.

Temia por mim

e pela comunidade.

Temia pelo significado do meu existir,

sabendo que levantaria toda a sociedade.

Achava que era necessário ter dinheiro e influência

pois achava que caso eu morresse nas ideologias idosas

a criança não sobreviveria.

Mas seus meandros eram criminosos

e sua riqueza tornou-se ilegal.

Desenvolveu uma sociopatia

sob a alegação de que eu não podia ser um tipo de Estatal.

E eu fico pensando.....

sobre esse amor intrometido que as pessoas falsas fingem ter

para sobrepujar os interesses dos cidadãos

em nome de fama e poder.

Até que ponto a conquista destes atributos

pode saciar e satisfazer o obstinado ser

para que estejam livres para serem simples

abrir o coração do orgulho

e entender:

cada pessoa tem um destino.

Cientificamente falando,

um DNA, combinação de gênero químico.


Este DNA tem pensamentos próprios desde o momento da concepção

vêm da vida que foi antes

e dos neurônios

do pai e da mãe.

Vêm das corridas para não perder o ônibus

em cada uma das ideologias em seu conector.

Vêm da fuga da morte precoce

que nos persegue por seu corredor.


E este medo que a inimiga carrega

é dela não por me odiar.

É por saber que tinha obrigações, motivos para me amar

mas me vendo cair, e exultando-se no fracasso alheio

Tamanha vaidade, natural 

dos seres humanos esse nosso jeito

que temos de dizer

que "eu te amo, apesar de seres um patinho feio - 

e fui eu quem te deixei assim:

torto, traumatizado e sem rumo.

eu sei de tudo!

eu sou aquele que quer te inserir no rumo"

Tola inimiga!

Deus cria

e mostra a reviravolta por cima.

Põe um sorriso no rosto,

um batimento feliz no peito

não nos permite falar

sobre arrependimento

Não há tempo para isso,

no mundo de Deus

os pensamentos não são complicados

mas verdadeiros

e cristalinos

abençoados.


Quem conhece a sinceridade de um sorriso bom

sabe que há vida quando o sol sai de manhã.

E aos inimigos eu peço perdão,

pois antes de odiar-me

pelo motivo de eu ter causado-lhes dissabor

saibam, meus queridos

deviam haver-nos tido 

gotas de amor.


Luv,


Thaís Moraes

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