segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Uma Paróquia para a Filha do Monsenhor

Padre Angelito tinha uma Paróquia em Pirituba nos anos 60.

Tinha uma bela obra de Pastoral da Família.

Mas, acontecia na época, algo que ele repudiava: os casais eram formados nos preparatórios do Crisma, e os pais se faziam tal liberais os deixando abusar na hora do namoro no sofá na casa da menina.O amigo do pai, entusiasmado com a experiência da jovem, se prontificava então a assumir alguma criança indesejada. Acontecendo isto ou não, o casalzinho era dissolvido e a menina, as vezes grávida do namoradinho, era forçada a casar-se com um homem mais velho, que ela não amava.

Padre Angelito repudiava isso!

Então ele ousou. Ousou mais do que era permitido em sua época. Usou de sua influência para conseguir empregos para as meninas em um bairro diferente do da sua Paróquia, e para o menino em outro bairro ainda. Encontrava casinhas nas quais eles pudessem pagar e orientava eles para não manter relações até que a criança tivesse mais idade. Sem a permissão do pai, a menina de 18 anos não podia casar, mas podia ser mãe solteira, ainda que socialmente desonrada.

Os padres dos bairros nos quais Padre Angelito enviou esses jovens não gostaram da procedência, primeiro pela interferência na economia de sua Diocese e segundo porque dois jovens de dois bairros diferentes não tem nada em comum que os conectem em relacionamento.

O caso foi parar no Tribunal Eclesiástico. O padre foi chamado para depôr e perdeu seu direito à Batina. Por conseguir explicar o que havia acontecido, ele não foi excomungado e recebeu terras nas limítrofes norte da cidade, mas lá havia muitos leprosos e pessoas possuídas por espíritos malignos que terminaram sua jornada neste lugar como homens em forma de cães.

Revestido do Espírito Santo, Que nunca o abandonou, o Padre Angelito recebeu naquele momento sua nova obra. Lembrou-se das lições de exorcismo, para esses casos. Construiu um barracão onde doutrinava com lances de bastões de madeira, esses homens, para ensiná-los ao som do Evangelho como segurar o bastão e bater em seus próprios braços. Quando os homens conseguiam segurar os bastões e bater em seus próprios braços, o Padre Angelino perguntava sobre a Passagem do Evangelho que ele  havia pregado. Depois, dava medalhinhas no tornozelo da pessoa e deixava-na ir. Ia dormir e saía dois dias depois para ver se haviam voltado para cidade. Quão nada! Cada qual em um canto de seu lote, largados sob o sol como jegues. Ele reconhecia cada um pela medalhinha, que agora estava na orelha. Domava suas xucrices e os levava de volta para o barracão, onde outra passagem do Evangelho, mais apropriada, era pregada.

Nos lotes onde essas pessoas eram encontradas em recorrência pela segunda vez, o padre Angelito construía uma casa para eles habitarem como gente, e não cobrava nada.

Ele construiu 5 bairros com as próprias mãos, salvou muitos endemoninhados. Aqueles que tinham saúde e podiam pagar, mas não tinham condições de viver no centro, procuravam ele também.

Na Índia, muitos gurus malignos ensinam yoga incorreta para deixar as pessoas como deficientes ou com aspecto de animais, para incitar o esmolar e a zoofilia. Há na Índia também, gurus como o padre Angelito que curam esses espíritos impuros que foram colocados nas pessoas, pois elas não são assim. Digo espíritos impuros porque esses gurus ensinam mantras e orações demoníacas para "fixar" a postura incorreta na pessoa, como uma hipnose.

No entanto, apesar de haver alguns mercados, bancos e linhas de ônibus no bairro, não há nenhuma Paróquia em nenhum dos bairros. A menina Pati, tem o sonho da Primeira Comunhão e do louvor à Jesus Cristo em seu violão  na Igreja Católica!

(nomes fictícios. nome dos bairros protegidos para a segurança dos moradores).

Att,

Thais Moraes

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